O diretor executivo do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Marechal Cândido Rondon (Saae), João Marcos Gomes, e o químico e engenheiro ambiental da GQA Assessoria e Consultoria Química e Ambiental, Sandro Augsten e Leonard Fritzen, respectivamente, participaram na última quinta-feira (08) de reunião na Associação Comercial, Industrial e Agropecuária (Acimacar), envolvendo empresas de diversos setores.
O objetivo foi realizar uma palestra de sensibilização sobre um projeto que o Saae inicia no município. Empresas que geram efluentes líquidos, como mecânicas, auto-elétricas, retíficas, chapeações, serigrafias, gráficas e até indústrias, bem como aquelas que têm disposição de resíduos sólidos, serão vistoriadas por técnicos para verificar e as mesmas atendem integralmente as normas estipuladas pelo Plano Diretor municipal, Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). A cada mês, oito estabelecimentos entram na agenda de visitas.
Após a fiscalização, será elaborado um diagnóstico. “O Saae vai entrar em contato com cada empresa vistoriada para informar quais os procedimentos que deverão ser adotados para que o estabelecimento esteja em acordo com o que prevê a lei ambiental”, explica João Marcos Gomes.
A medida se faz necessária para que a autarquia, que é a responsável pela qualidade de água fornecida em Marechal Rondon, tenha conhecimento de quais os efluentes que são gerados no município, qual o volume, qual o tipo de efluente, como está sendo disposto o efluente no meio ambiente, dentre outros. “Estamos trabalhando na implantação do esgoto, que vai atender as residências, mas hoje não contamos com um levantamento especialmente voltado aos estabelecimentos que trabalham com hidrocarboneto (derivado de petróleo). Até para emitir a anuência da liberação deste tipo de empreendimento precisamos fazer um diagnóstico”, informa o diretor executivo do Saae.
Segundo os profissionais da GQA, químico Sandro Augsten e o engenheiro ambiental Eduard Fritzen, análises realizadas por amostragem antes do começo deste programa já indicam que mesmo o uso de caixas separadoras não resolve o problema envolvendo a água, pois ao final do processo o líquido ainda conta com níveis de óleo acima do aceitável.

Medida importante
A vice-presidente de Prestação de Serviços da Acimacar, Angélica Fonseca Weirich (Bia), considera a iniciativa em promover o diagnóstico no município muito importante e, por isso, a medida conta com apoio da entidade. “O levantamento de informações realizado através de uma iniciativa do Saae vai possibilitar sabermos a situação atual das empresas dos segmentos que geram efluentes de hidrocarbonetos, para posteriormente fazer este trabalho de orientação nas empresas. Sabemos que os hidrocarbonetos são altamente poluentes e da forma como está sendo feito este trabalho as necessidades de informação, prazo e esclarecimentos para os empresários estão sendo respeitadas”, destaca. “Além disso, depois será possível termos um panorama da atual situação do município e, de forma coletiva, poderemos trabalhar focados na melhor forma de auxiliar os nossos associados no cumprimento das normas que serão estabelecidas”, declara a empresária.

Área rural
A área rural também será incluída neste programa. Segundo o diretor executivo do Saae, propriedades rurais serão visitadas para verificar a correta destinação de resíduos gerados em atividades como suinocultura, bovinocultura e avicultura. Ainda neste mês haverá palestra com o engenheiro químico Laércio Miguel Richter sobre a Bacia do Arroio Fundo. “Queremos explicar na palestra porque a Bacia do Arroio Fundo é considerada uma Área de Preservação Permanente, conforme o Plano Diretor, e sua importância para o município”, salienta João Marcos Gomes.