Mudar critérios na escolha de representantes e alterar a forma das eleições são alguns dos pontos que empresários do Oeste consideram mais urgente para começar a corrigir históricas e sérias distorções que causam tantos problemas no Brasil. A política é a mais urgente das reformas nacionais, disseram no sábado (21), no Parque de Exposições Celso Garcia Cid, em Cascavel, os cerca de 500 empresários que participaram do lançamento regional do movimento Brasil mostra sua garra.
Dois pontos são considerados consensuais na reforma política: o fim da reeleição e a unificação dos pleitos eleitorais. O movimento terá novas etapas, passando a partir de agora pelo aprofundamento de aspectos importantes de reformas indispensáveis para o Brasil, diz o presidente da Caciopar, a Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná, Sergio Antonio Marcucci, que é de Marechal Cândido Rondon. “Vamos ouvir especialistas e estudiosos nos temas propostos e então definir o que é mais urgente”.
Outros aspectos deverão ser aprofundados nas discussões da reforma política, como o voto distrital e o financiamento das campanhas eleitorais. O lançamento regional do movimento ocorreu simultaneamente a ato em outras cidades do Paraná. Sob o comando da Faciap, os eventos foram organizados pelas 12 coordenadorias que representam 295 associações comerciais do Estado. “O empresário não suporta mais pagar uma carga tributária crescente e perceber que, de outro lado, os homens do poder não dão o devido valor à aplicação desses recursos”, afirmou o presidente da Acic, José Torres Sobrinho.
O ex-presidente da Acit e coordenador da Indústria da Caciopar, Edson Carollo, fez a leitura de um documento que convidou os cerca de 500 presentes à reflexão. Ele fez apontamentos sobre a histórica relação da corrupção com as esferas do poder e os interesses que movem campanhas para deputados, governadores, senadores e presidente. O pleito mais recente custou R$ 5 bilhões, oito vezes mais do que os cerca de R$ 750 milhões de 12 anos atrás. Que tipos de vantagens movem somas tão expressivas e ainda com dividendos”, perguntou Carollo.
A elevação da carga tributária também foi alvo dos pronunciamentos. Ela era de 16% na década de 1950, passou para 24% na de 1980 e hoje está na casa de 37% do Produto Interno Bruto. E essa soma gigantesca, que chega a R$ 2,5 trilhões por ano, parece não ser suficiente para oferecer educação, saúde e segurança pública de qualidade e muito menos para gerar oportunidades aos brasileiros.
O presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná, Guido Bresolin Júnior, reforçou a necessidade de integração para gerar mudanças. Ele reforçou os cinco eixos que balizam os trabalhos do movimento: justiça, ética, respeito, transparência e responsabilidade. Outras reformas foram citadas como urgentes como a administrativa, para diminuir e tornar mais eficiente a máquina pública, a tributária, para reduzir a carga de impostos, a previdenciária, para tornar critérios do setor mais justos, e a trabalhista, para melhorar as relações entre patrões e empregados.
Carta
No fim do lançamento da campanha em Cascavel, a presidente da Associação Comercial e Empresarial de Assis Chateaubriand, Sueli Barbieri da Silva, fez a leitura da Carta do Oeste por um Brasil Melhor, que dará suporte à Faciap, ao lado de manifestações das outras 11 coordenadorias regionais, para definir os próximos passos do movimento. O documento cita a urgência da reforma política e defende a valorização do mérito, do trabalho, da família e do integral e do irrestrito respeito às leis e à Constituição.