Considerada uma cidade estratégica que liga os maiores polos comerciais da microrregião Oeste, Marechal Cândido Rondon, com pouco mais de 50 mil habitantes, tem se mostrado uma excelente alternativa de investimento para grupos empresariais de diversos setores. No entanto, quando esses empreendimentos não se concretizam surgem diversas especulações em torno dos motivos que inviabilizaram sua vinda.
Recentemente, representantes do Grupo Havan fizeram um estudo de viabilidade econômica para abrir uma loja às margens da BR-163 em Marechal Rondon, gerando grande expectativa na comunidade. Porém, na última semana o dono do conglomerado, Luciano Hang, divulgou o projeto de expansão para 2019 com 20 novas lojas, destas cinco no Paraná. Diferente do que se esperava o município rondonense não foi anunciado entre as cidades contempladas com o empreendimento.
Diante disso, cogitou-se a hipótese por um grupo de pessoas que a Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon – Acimacar poderia ter barrado a vinda do Grupo Havan sob o argumento de que o empreendimento causaria perda de mercado ao comércio local. Em reunião com a imprensa nesta quarta-feira (07), o boato foi veementemente negado pelo presidente da entidade Gerson Froehner. “A Acimacar não tem esse poder e nem se quisesse poderia interferir. Em nenhum momento a Havan nos procurou para pedir qualquer posicionamento. Como entidade, ficamos felizes que uma empresa como a Havan, com uma infraestrutura de inteligência e análise de logística, está vendo potencial para instalar uma loja em Marechal Cândido Rondon, mas, por outro lado, nos questionamos o que não está sendo observado pelo comércio local, porque para despertar interesse de uma empresa desse porte existe mercado, mas por que não está sendo aproveitado?”, indagou.
Conforme prevê a Constituição Federal, a instalação de qualquer empreendimento é de livre iniciativa, não tendo nenhuma entidade autonomia para interferir neste processo.
Segundo informações repassadas à associação pela assessoria do Grupo Havan, o que impossibilitou, neste momento, a abertura de uma loja no município é a possível instalação de free shops em Guaíra, que através da Instrução Normativa da Receita Federal determina o regime aduaneiro especial desses estabelecimentos. “Segundo eles, a vinda para Marechal Cândido Rondon depende ainda de um estudo de viabilidade técnica, porque com a lei das lojas francas que o Governo criou esse ano tiveram que dar um passo atrás para analisar o quanto às lojas francas em Guaíra impactaria na loja que gostariam de instalar aqui. Não irão investir cerca de R$ 25 milhões se a concorrência com uma loja franca de Guaíra não vai trazer o retorno que esperam”, enfatizou Gerson.
De acordo com Froehner, a vinda da Havan impulsionaria a economia da região, abriria novos postos de trabalho, além de ofertar uma área de lazer com praça de alimentação, farmácia e cinema à população. A não confirmação do empreendimento frustrou a expectativa dos consumidores. “Além de ofertar uma variedade de produtos com preços mais acessíveis, a vinda de uma loja desse porte geraria muitos empregos, não conseguimos mensurar o impacto que isso teria e como isso afetaria o comércio local, mais se tomarmos como exemplo as Lojas Americanas, quando abriram aqui houve muita crítica, no entanto estão convivendo em harmonia com o restante do comércio”, frisou.
Fontes questionáveis
Hoje com a dinâmica das mídias sociais, as pessoas ganharam mais voz, expondo suas opiniões com mais afinco. Contudo, Gerson enfatiza que antes de propagar uma informação deve ser verificada sua origem. “Ao surgir qualquer comentário que envolva a Acimacar questione se a entidade está realmente fazendo isso, estamos de portas abertas para esclarecer qualquer dúvida, não vamos acreditar em boatos e propagá-los como se fossem verdades sem antes averiguar. Vamos defender nossa entidade, quanto mais o associado acreditar e apostar em nós, mais vamos poder retribuir ao associado”, reiterou.