O anteprojeto de remodelação da Avenida Rio Grande do Sul, em Marechal Cândido Rondon, foi apresentado na noite de ontem (15) na Associação Comercial, Industrial e Agropecuária (Acimacar), em encontro que reuniu empresários e representantes de estabelecimentos situados junto à via. O objetivo da reunião foi abrir um espaço de discussão, para que os rondonenses expusessem os anseios em relação ao trânsito e o que pode ser melhorado.
Estiveram presentes o presidente da Acimacar, Sérgio Marcucci; a secretária de Indústria, Comércio e Turismo, Ursula Kayser, que estava representando o prefeito Edson Wasem; o presidente da Câmara de Vereadores, Silvestre Cottica; e o vereador Elmir Port, dentre outros empresários e representantes da imprensa. O arquiteto e urbanista Arlen Güttges, que também ocupa a Secretaria de Coordenação e Planejamento, fez a apresentação das propostas.
Conforme o arquiteto, as grandes mudanças em infra-estrutura sempre são difíceis de serem absorvidas, mas a remodelação foi uma solicitação de empresários e, por isso, estão sendo discutidas para que erros não sejam cometidos. “Queremos buscar com os empresários os subsídios para encontrarmos uma maneira de que haja harmonia entre os carros, motos, bicicletas, pedestres. Hoje são 25 mil veículos que formam a frota”, disse.
Durante a reunião, Güttges explicou que as mudanças serão feitas em etapas, sendo que a primeira vai abranger desde a Rua Cabral até a Avenida Irio Welp e contará com a remoção gradativa de árvores, remoção do canteiro central e plantio de grama, nova iluminação, plantio de ipês - parte que ficará sob responsabilidade da Acimacar -, implantação de rotatórias a cada 200 metros, fechamento de cruzamentos e volta da mão dupla, pintura de faixas e sinalização horizontal, estacionamento oblíquo e recuperação de guias e asfalto.
Ciclistas
Dentre algumas preocupações demonstradas por alguns empresários está o ciclista. Com a volta do estacionamento oblíquo na Avenida Rio Grande do Sul, automaticamente os mesmos teriam que trafegar mais para o meio da rua. Questionado sobre a construção de ciclovia, Güttges expôs que se o estacionamento oblíquo for novamente permitido, a avenida não comporta ciclovia, ou seja, teria que escolher ou um ou outro. “Com o estacionamento oblíquo conseguimos aumentar em 30% o número de vagas. Precisamos lembrar que todos os anos, em Marechal Rondon, cerca de 1,5 mil veículos e em torno de cinco mil bicicletas entram em circulação. Por isso, precisamos pensar juntos em uma forma de solucionar o problema do trânsito”, ressaltou.
Municipalização
Outro ponto colocado em discussão se refere a uma maior fiscalização e, inclusive, municipalização do trânsito. “O prefeito Edson Wasem já nos deu o aval e estamos conversando sobre a municipalização do trânsito. Um dos objetivos principais com isso é segurar integralmente a receita das multas emitidas no município, e que isso seja aplicado em melhorias e na educação no trânsito. Outra vantagem é que poderíamos implantar o estacionamento regulamentado (EstaR), fiscalização eletrônica, emissão de multas. Hoje, somente a Polícia Militar pode fazer isso”, esclareceu.
Ipês
Com a proposta de remodelação da avenida, há intenção de fazer o plantio de ipês na extensão da via, do projeto proposto pela Acimacar de um ipê por habitante de Rondon. Por isso, o empresário Legário Gilberto von Mühlen (Beto), coordenador da programação alusiva aos 40 anos da Associação Comercial, falou aos presentes o porquê do ipê.
Segundo o empresário, a Itaipu Binacional fez a sugestão do ipê ao saber da intenção da Acimacar em plantar uma árvore por rondonense e elogiou a escolha. “O ipê nativo leva de dez a 15 anos para florar e tem um porte grande, entre dez e 30 metros. Já o ipê híbrido, que estamos plantando em Rondon, é criado em laboratório e, por ser precoce, a sua floração leva em média quatro anos para acontecer, sem contar que o porte é muito menor. Por isso, o híbrido é considerado urbano e pode ser plantado em qualquer lugar, com exceção das redes de energia elétrica. Além disso, as raízes do ipê híbrido não danificam as calçadas, como ocorre com outras árvores”, detalhou.
Por fim, Beto informou que a Acimacar pretende intercalar na Avenida Rio Grande do Sul, a cada 100 metros, as cores do ipê. “A princípio não serão retiradas as árvores já existentes, e sim plantadas de forma intercalada”, comentou.
LEGENDA: O secretário de Coordenação e Planejamento, Arlen Güttges, fez a apresentação das propostas