Uma pesquisa feita pelo Sistema Faciap, na semana passada, por meio de coordenadorias regionais e associações comerciais, mostrou que dos 800 empresários entrevistados, 81,45% (652), são contrários à proibição total da comercialização legal de armas e 16,43% (131) são a favor da proibição. 2,13% (17) não quiseram opinar sobre o assunto. De acordo com a maioria dos empresários, o fato de pessoas de má conduta (assassino, ladrão, entre outros) terem a certeza de que o cidadão de bem está completamente desarmado facilita ações criminosas, como roubo, seqüestro, entre outras condutas delituosas. Para eles, a arma é um instrumento que aumenta a capacidade de defesa do indivíduo. Segundo o presidente da Faciap, Jefferson Nogaroli, a instituição preza pelo desarmamento, mas acredita que não se deve tirar o direito do cidadão adquirir uma arma em prol de sua proteção.
Até às 11h35 da manhã de sexta-feira, uma pesquisa disponível no site da Associação Comercial e Empresarial de Cascavel (Acic) revelava que dos 140 participantes, 81,43% (114) são contra a proibição da comercialização legal de armas, e 18,57% (26) são a favor da proibição. Outra pesquisa realizada pela Associação Comercial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), mostrou que das 296 pessoas que participaram, 60% (178) são contra o desarmamento total de civis, enquanto 34% (101), são a favor da proibição da comercialização de armas, e 6% (17) participantes não quiseram opinar. Segundo o vice-presidente sócio-econômico da Acipg, Alcy Marochi, “é direito do cidadão usufruir da arma em sua defesa, e é preciso educá-lo para que a utilize corretamente”, afirma. “Somos a favor de uma regulamentação rigorosa no que ser refere à licença para o porte de armas”, completa.
Já, na Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim) dos 210 diretores que fazem parte da ACE, 99% são contra a restrição do porte legal de armas. Segundo o presidente da entidade, Ariovaldo Costa Paulo, os empresários acreditam que não é a arma adquirida de forma legal, e nas mãos de cidadãos de bem, que a tem para sua proteção, que irá reduzir o problema de homicídio no Brasil. Segundo ele, nenhum dos diretores que responderam a pesquisa possui arma em casa.
A Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Norte do Paraná (Cacinp) ouviu 48 empresários da região. Desse total, 94% votou pela não proibição de vendas de armas e munições. Também na Coordenadoria que atende ACEs do Norte e Noroeste do Paraná (Cacinor), os 10 diretores foram unânimes na resposta: não à proibição da comercialização legal de armas. “Não vemos responsabilidade do Estado para com o cidadão, nessa área de segurança, para pedir o desarmamento do mesmo. Além disso, é fundamental a liberdade para decidir entre estar ou não armado”, disse o presidente da Coordenadoria, Antônio Fermenton.
Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial de São José dos Pinhais, Júlio Canestraro, também do Conselho Superior da Faciap, a proibição vai contra o direito constitucional de defesa do cidadão. Ele lembra que na Suíça, um dos países mais pacíficos do mundo, possui um dos maiores arsenais de arma (pessoal) do planeta. Os 27 diretores da ACE são contra a proibição da comercialização legal de armas. “Já existe uma legislação para esse setor, é preciso que ela seja cumprida”, ressalta Canestraro. Para a presidente da Associação Comercial de Guarapuava, Ires Salete Previatti, o governo diminuiu a ajuda para os policiais. “Estamos pouco protegidos. Falta segurança, temos o direito de nos defender individualmente”. Segundo ela, é preciso fazer uma campanha para preparar melhor os policiais. “O ladrão não vai se desarmar e comprar arma legal”, afirma. A ACE entrevistou 20 empresários associados. Desse total, 98% são contra a proibição da venda de armas.
Os 32 empresários que fazem parte da diretoria da ACE de Paranavaí também são contra a proibição do porte legal de armas. “Entendemos que a população não pode ficar totalmente desarmada, é importante que os ladrões pelo menos pensem que o cidadão de bem está armado, ou não saiba quem possui ou não uma arma”. Ele lembra, inclusive, que nas últimas semanas a ACE se mobilizou junto à comunidade local para pedir mais segurança para a região.
Todos os presidentes das 10 coordenadorias regionais da Faciap e presidentes das ACEs, ouvidos, inclusive dos municípios de Pato Branco, Gilberto Braz Gallina, e de Curitiba, Cláudio Slavieiro, se posicionaram contra a proibição total da comercialização legal de armas. Segundo Slavieiro, em recente debate na Associação Comercial do Paraná (ACP), que reuniu aproximadamente 80 pessoas, a maioria dos participantes se colocou a favor da comercialização legal de armas. "A ACP considera a proibição inconstitucional, e vê no referendo mais uma cortina de fumaça para desviar a atenção da população dos problemas políticas e econômicos que acontecem no país", diz Slaviero.