Em meio à crise, mercado financeiro prevê aumento menor nos juros
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta semana, em meio à crise financeira que tem gerado reflexos nas bolsas de valores pelo mundo, subida do dólar e dificuldades por parte das empresas em obter crédito, e, segundo a maior parte do mercado financeiro, deve subir novamente a taxa básica de juros da economia brasileira - a Selic. A expectativa foi captada pelo próprio BC na última semana, por meio da pesquisa Focus com economistas do mercado, e divulgada nesta segunda-feira (27).

Se confirmada a estimativa da maior parte dos analistas do mercado financeiro, esta será a quinta elevação consecutiva da taxa de juros. Atualmente, está em 13,75% ao ano, a mais alta do planeta em termos reais (após o desconto da inflação). A projeção do mercado é que ela avance para 14% ao ano, ou seja, um aumento de 0,25 ponto percentual, na próxima quarta-feira (29). Isso representa uma queda em relação à semana anterior, quando o mercado previa um aumento de maior proporção: de 0,50pp, para 14,25% ao ano. Na reunião de dezembro, o mercado prevê nova elevação de 0,25 ponto percentual. Deste modo, a Selic fecharia 2008 em 14,25% ao ano.

Na reunião do Copom de setembro, quando a taxa passou para 13,75% ao ano, o mercado esperava um aumento de 0,50 ponto percentual nos juros na reunião do final de outubro. Deste modo, o agravamento da crise financeira alterou a perspectiva de grande parte dos analistas brasileiros - que continua prevendo elevação da taxa Selic, mas em menor magnitude. Há, porém, vozes dissidentes no mercado que apostam em manutenção da taxa Selic já na reunião desta semana por causa da piora da crise financeira. 

Contramão

Se o Copom optar por subir os juros, estará agindo na contramão das principais economias mundiais que, neste momento, estão mais atentas aos impactos da crise financeira sobre o crescimento econômico. Em algumas delas, como Estados Unidos e Inglaterra, os sinais de recessão já são mais evidentes. No início deste mês, vários bancos centrais (EUA, União Européia, Inglaterra, Canadá, Suécia e Suíça) decidiram, por conta dessa preocupação, reduzir os juros em uma inédita ação coordenada.

Na última semana, entretanto, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sinalizou, durante evento em São Paulo, que a autoridade monetária pode optar por não alterar a sua forma de atuação, ou seja, continuar se pautando pelo comportamento da inflação no país - cujas projeções para 2008 e 2009 têm subido. "Engana-se quem vê uma mudança de estratégia de atuação", disse Meirelles no momento. 

Inflação

O objetivo do Banco Central é trazer a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência para o sistema de metas de inflação, para o centro da meta de 4,5% já em 2009. Na semana passada, a estimativa do mercado financeiro para o IPCA do próximo ano - que o BC já está mirando neste momento - subiu de 4,90% para 5%. Para 2008, a projeção avançou de 6,23% para 6,29%.

No sistema de metas de inflação, adotado pelo Brasil, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo em relação à meta central. Deste modo, a inflação pode oscilar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida. 

Crescimento

No caso do crescimento da economia brasileira, a previsão do mercado financeiro para este ano passou de 5,22% para 5,23%. Para 2009, porém, a queda foi mais forte, uma vez que a estimativa recuou de 3,35% para 3,10%. Essa é a segunda semana consecutiva de recuo desta projeção e reflete, justamente, os impactos da crise financeira sobre a economia brasileira. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem dito que a economia crescerá de 4% a 4,5% no próximo ano. Oficialmente, a previsão do governo, contida na proposta de orçamento para 2009, é de que o PIB avance 4,5% no ano que vem - mas pode ser revisada. 

Dólar

A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio é de que ela termine este ano em R$ 1,95, ou seja, acima da projeção da semana anterior (R$ 1,90 por dólar). Essa é a quarta semana consecutiva de aumento desta previsão e acontece em meio à disparada do dólar por conta da crise financeira internacional. Para o fim de 2009, a estimativa dos analistas para a taxa de câmbio permaneceu estável em R$ 1,90 por dólar. 

Balança comercial e investimentos diretos

A projeção do mercado financeiro para o saldo da balança comercial (exportações menos importações) de 2008 ficou estável em US$ 24 bilhões na última semana. No início deste ano, os analistas ouvidos pelo Banco Central projetavam superávit de US$ 31,9 bilhões para a balança comercial em 2008. Para o ano de 2009, a estimativa do mercado para o saldo comercial caiu de US$ 12,7 bilhões para US$ 12,5 bilhões na semana passada.

No caso dos investimentos estrangeiros diretos, a expectativa do mercado financeiro para o ingresso de 2008 foi mantida em US$ 35 bilhões na última semana. Para 2009, a projeção ficou estável em US$ 30 bilhões.

Crédito Site G1


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