Em cenários normais de economia crescente já é de suma importância a organização e os cuidados dos comerciantes para com o índice de inadimplência contraído em sua empresa. Num cenário de crise, esta situação se agrava, pois o risco da inadimplência se torna mais eminente diante da instabilidade econômica. O comerciante precisa intensificar os cuidados para efetuar uma boa venda, uma vez que a perda desta repercutirá diretamente em seu caixa, comprometendo parte de seu faturamento e o resultado final da empresa.
Por isso, a Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Marechal Cândido Rondon (Acimacar) promove amanhã (02), no auditório da entidade, o Seminário de Segurança em Vendas. O evento tem início às 19h30 e é gratuito, mas com vagas limitas. O evento é aberto ao público em geral, mas com foco nos empresários e pessoas que trabalham com a concessão de crédito nas empresas.
Conforme o diretor do SCPC da Associação Comercial, Eduardo Berndt, notadamente é possível observar um lento e progressivo endividamento do consumidor, com base em dados levantados pela Rede Nacional de Informações Comerciais (Renic) em Marechal Rondon. “Os dados demonstram que o consumidor buscou um maior crédito financeiro neste ano, e um dos grandes motivos para isso foi para pagamento de dívidas já existentes”, revela.
Em relação ao meio de pagamento pelo qual o consumidor se tornou inadimplente, o velho e conhecido “carnê” ainda é o campeão, com 34% dos CPF’s registrados. “Entretanto, neste ano surgiu uma nova figura como indicação de um dos meios de pagamento pelo qual o consumidor se tornou inadimplente: o ‘cartão da loja’, com 17%, que são os créditos cedidos e financiados pelo próprio comerciante em forma de cartão. Quanto ao meio de pagamento ‘cheque’, vemos que houve uma grande redução nas inclusões, que caiu de 34% para 18% em relação ao mesmo período do ano anterior, informação esta que demonstra que o consumidor tem deixado de utilizar os cheques como meio de pagamento e buscado outras formas de crédito, provavelmente a utilização do cartão da loja”, aponta.
Preocupação
Conforme o diretor do SCPC, o que preocupa na situação dos cheques é que apesar da grande queda de registro por não pagamento, muito provável causada pelo desuso deste, 47% dos CPF’s incluídos no sistema continuam sendo motivados por problemas no pagamento com cheques, dado este que deveria também ter diminuído na mesma proporção de seu uso. “Outra situação que exige cuidados é que destes 47% de cheques vencidos e não pagos apenas 17% foram dados como pagamento à vista, contra 83% de cheques pré-datados. Estes dados provam o endividamento lento, mas progressivo do consumidor que efetua as compras mas não consegue se comprometer com o pagamento total de dívidas mais longas, em que 58% dos consumidores inadimplentes reconheceram estar com seus CPF’s registrados no Sistema por não conseguirem efetivar estes pagamentos mensais contraídos”, detalha.
Cuidados
Segundo o rondonense, com os dados da Renic é possível constatar que o cliente tem se endividado mais, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Para inverter esta situação, diz, dependerá do comerciante tomar excelentes cuidados na hora da concessão do crédito, e da mesma forma dependerá do consumidor se orientar na hora da compra, analisando as possibilidades reais de pagamento das dívidas adquiridas. “Vale lembrar que o poder real da barganha na hora da compra está com aquele que possui o dinheiro, por isso planeje suas compras e efetue os pagamentos sempre à vista ou em prazos curtos, aumentando consideravelmente seu poder de consumo”, analisa.
Crédito: Maria Cristina Kunzler