De olho no mercado externo, o agronegócio se antecipa e cria práticas adequadas ao padrão internacional. Em Bariri, interior de São Paulo, os agricultores produzem um milhão de toneladas de cana-de-açúcar por ano.
“Abrindo a possibilidade do uso do etanol brasileiro, barreiras ambientais e sociais serão bastante grandes”, diz Fernando Gregório, diretor presidente da Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri. Por isso, dos 250 associados, 50 toparam na hora a proposta da Usina Della Coleta, principal cliente: certificar a produção.
Roberto Della Coleta, diretor superintendente da usina, propôs inovações no processo para valorizar o produto e melhorar a imagem do agronegócio brasileiro no exterior. “A partir do ano que vem, para vender para Europa temos que ter um álcool certificado. Estamos dando um passo à frente no que eles estão pedindo. Vamos oferecer um diferencial para que eles não digam que o álcool nacional não é ambientalmente correto”, diz o usineiro.
Apesar de buscarem uma certificação, ainda não havia um padrão estabelecido. Os produtores de cana recorreram ao Sebrae e à Organização Internacional Agropecuária (OIA). As duas entidades criaram um paradigma inédito no mundo e anteciparam aos produtores brasileiros uma ferramenta valiosa.
“O processo de certificação está sendo feito já a partir da transferência de tecnologia para as adequações das propriedades, melhoria na qualidade de vida das pessoas que estão trabalhando diretamente com a produção da cana e adequação à legislação do meio ambiente, que é bastante séria”, diz Neuza Muller, gestora do projeto de Agroenergia do Sebrae em Bariri.
A adaptação das propriedades segue um protocolo. É o conjunto de regras para que a certificação tenha reconhecimento internacional. Como líder dos produtores, Fernando Gregório não vê problemas para cumprir o protocolo. “O protocolo abrange três áreas: Boas Práticas Agrícolas, a parte social, que é o ser humano envolvido nesse processo, e a parte ambiental com reflorestamento, proteção das matas ciliares, das fontes e a fauna. Em torno de 70, 80% desses itens já eram automaticamente cumpridos pelos nossos associados”, afirma Gregório.
Da Agência Sebrae de Notícias