Adote um Natal: rondonenses aprendem a transformar lixo em decoração
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Enquanto muitos olham para uma garrafa pet e não conseguem ver outra coisa se não um simples objeto, outros enxergam além. É o caso de um grupo de rondonenses que está aprendendo a colocar a criatividade em prática e transformar o que para muitos é lixo em decoração natalina. E ninguém melhor para ensinar isso do que o curitibano João Alberto Vasco de Andrade, popularmente conhecido como João do Lixo. Há mais de 15 anos trabalhando com lixo, ele consegue transformar o feio em belo, o inútil em útil, o sujo em limpo. Já vendeu seus produtos para países como França, Itália, Estados Unidos, Áustria, dentre outros, e participou de inúmeras exposições, inclusive no exterior.
A partir de uma iniciativa do Conselho do Jovem Empreendedor (Cojem) de Marechal Cândido Rondon, o profissional está no município, onde é o instrutor da oficina de arte reciclagem para decoração natalina. A capacitação integra o projeto Adote um Natal e conta com incentivo financeiro da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária (Acimacar) e apoio da prefeitura, que cedeu um espaço no parque de exposições e mobilizou as instituições educacionais.
Com a oficina, que iniciou na segunda (21) e segue até sexta-feira (25), representantes das escolas municipais terão a oportunidade de aprender com João do Lixo como transformar garrafas pet e latinhas de alumínio em flores, bolas estilizadas, pinheiros, sinos, velas e estrelas. Tudo é reaproveitado, inclusive as tampinhas, com exceção dos rótulos. Já entre os dias 13 e 17 de outubro será a vez de integrantes dos colégios estaduais e particulares participarem da mesma capacitação.
A expectativa é de que no dia 20 de novembro seja feita a inauguração da decoração natalina, que vai abranger trechos das principais ruas do centro da cidade e a rua principal de cada distrito do município rondonense.

Transformação
De acordo com João do Lixo, tudo aconteceu na sua vida por acaso. Certo dia, há mais de 15 anos, ele cortou uma garrafa pet e a transformou em uma bola. A partir daí não parou mais. “Eu faço roupas, brinquedos, decoração natalina e de Carnaval, mosaicos, abajures, luminárias... Eu faço uma pesquisa muito grande em cima dos materiais. Eu não entendo nada de moda, mas faço desfiles. Já organizei desfile no Museu Oscar Niemeyer, no programa do Silvio Santos, dentre muitos outros. Não é porque é lixo que vamos trabalhar com uma proposta feia, suja, agressiva, pelo contrário, acho que precisa haver uma transformação”, aponta.
No entanto, o profissional lamenta que ainda exista preconceito na utilização do lixo em trabalho artesanal. “Triste aquele que vê o lixo só como transmissor de doença e poluição. Eu vejo de uma forma bonita, através de um brinquedo, árvore de Natal, roupa... não é uma coisa agressiva e suja. Mas que existe um afastamento das pessoas, isso existe. Algumas pensam que lixo quanto mais longe melhor. No entanto, somos responsáveis pelo lixo que produzimos”, declara.
Se para alguns o lixo bom é o lixo que está longe, o curitibano pensa diferente: “O lixo transmite o vírus do entusiasmo, tanto é que todos da oficina estão entusiasmados. Muitos estão preocupados com seus afazeres em casa, mas estão trabalhando com a maior boa vontade”, afirma.

Multiplicadores
Conforme João do Lixo, os rondonenses que estão participando desta oficina no município serão, após o término da capacitação, multiplicadores em suas escolas e na comunidade. “Poderia se comprar todo o material em uma loja para decorar a cidade, mas a proposta é a mensagem que vem atrás, pois existe a participação da comunidade de uma forma geral. As crianças e seus pais pelo fato de ajudarem na coleta do material, estes adultos participando da confecção das peças. A importância é muito maior do que uma decoração comprada pronta. É uma semente plantada para os próximos anos, cada vez vai aumentando mais. O material pode ser guardado e reaproveitado em outras situações, como em um desfile de Sete de Setembro, do aniversário da cidade. A proposta é aumentar cada vez mais”, declara.

Doação de material
Como ainda serão produzidas muitas peças para decorar o município, o profissional pede a colaboração da comunidade, dos clubes da terceira idade, das escolas, dos grupos de jovens, enfim, para que seja feita a arrecadação do material. O ponto de recebimento das garrafas pet e latinhas de alumínio, que não podem estar amassadas, é na própria Acimacar. “Sabemos que a oficina está sendo promovida em cima da hora, mas precisou ser transferida em função da nova gripe. Eu estou muito satisfeito com esta equipe, todos estão trabalhando empenhados. Queremos mostrar para a população esta transformação das garrafas e latinhas em decoração natalina, sem usar tinta, sem usar cola, simplesmente com encaixe e arame”, revela.

Crédito: Maria Cristina Kunzler


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