Após mais de 40 anos vacinando o rebanho, o Paraná trabalha para suspender as campanhas de vacinação contra febre aftosa. Possivelmente em maio seja realizada a última imunização, mas somente para animais com até 24 meses de idade. Para discutir este assunto, lideranças e representantes do Departamento Consultivo da Vice-presidência do Agronegócio da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Marechal Cândido Rondon (Acimacar) estiveram reunidos, na manhã de hoje (14), na entidade rondonense, para mais um ano ratificar a parceria para a campanha de vacinação.
Com a união de entidades e Poder Público municipal será possível fazer a imunização do rebanho no município de forma mais eficiente e com mais rapidez. A quantidade de animais com até dois anos que devem ser vacinados ainda não está definida, mas sabe-se que em 57 propriedades de fronteira, consideradas de risco, a aplicação da vacina será assistida.
Para o vice-presidente de Agronegócio da Acimacar, Elói Darci Podkowa, parceria como a firmada para a campanha contra aftosa é importante porque lideranças podem trabalhar unidas em prol de benefícios coletivos. “A campanha tem sido bem-sucedida em Marechal Rondon porque com a parceria todos se comprometem com o trabalho. Conseguimos que houvesse êxito e isso é muito positivo, ainda mais porque o município está localizado em uma área de fronteira, onde o agronegócio é forte e qualquer caso da doença refletiria em grandes prejuízos para este setor”, declara.
Por sua vez, a chefe do escritório da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) de Marechal Rondon e coordenadora da campanha contra aftosa, médica veterinária Mirim Brüggemann, ressalta que o município possui a segunda maior bacia leiteira do Paraná. Por conta disso, é preciso uma maior preocupação e conscientização dos produtores em relação à importância da vacinação, inclusive contra brucelose e tuberculose, e os cuidados com a documentação do guia de trânsito animal (GTA). “Será preciso agora fazer um trabalho para que o produtor não vacine em maio o plantel inteiro, e sim somente os animais com até dois anos de idade, para que não falte vacina para outros produtores que também precisarão imunizar seu rebanho”, declara.

Reconhecimento
O Paraná já vem trabalhando para ser reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação. Suspendendo a vacinação e iniciado o processo, o Estado estará em condições de conseguir o reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação em maio de 2011, quando os membros da Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE) estarão reunidos.
Porém, sem a imunização o governo precisará substituir as campanhas por um eficiente serviço de vigilância. Também haverá restrições para o trânsito e importações de animais oriundos de outros Estados que também são áreas livres de febre aftosa, mas que ainda tenha vacinação.
O reconhecimento de área livre de febre aftosa sem vacinação abre mercados importantes para as cadeias produtivas de bovinos e suínos, com grande impacto positivo também sobre a avicultura, mesmo as aves não sendo suscetíveis à doença.

Planejamento
Aproveitando a oportunidade da reunião, os integrantes do Departamento Consultivo do Agronegócio fizeram uma revisão de reivindicações do setor. Há dois anos foi formulado um documento, o qual foi entregue na época para os candidatos a prefeito de Marechal Cândido Rondon, com sugestões de ações que poderiam ser desenvolvidas e/ou implantadas no município, a longo prazo.

Texto e foto: Maria Cristina Kunzler