Uma grande mobilização está sendo organizada para terça-feira (08) e vai acontecer simultaneamente em diversas cidades do Paraná. A partir do movimento “O Paraná que queremos”, o evento tem como objetivo mobilizar os paranaenses em prol da ética na política e a boa gestão dos recursos públicos. A iniciativa foi desencadeada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) após os diversos escândalos envolvendo a Assembleia Legislativa, e conta com apoio da Federação das Associações Comerciais e Empresarias do Estado do Paraná (Faciap).
Em Marechal Cândido Rondon, também será realizada uma programação especial neste sentido, a qual será encabeçada pela Associação Comercial, Industrial e Agropecuária (Acimacar), subseção da OAB e Observatório Social do município. Os presidentes das três entidades - Ana Carolina Seyboth Kurtz, João César Silveira Portela e Marcelo Becker, respectivamente - concederam hoje (04) entrevista coletiva para explicar como vai funcionar a mobilização no município. O vice-presidente da OAB, Flávio Ervino Schmidt, também participou da coletiva.
Na terça-feira, segundo eles, das 09 às 18 horas haverá uma barraca instalada no cruzamento das ruas Sete de Setembro com Santa Catarina, no centro da cidade. No local, serão distribuídos adesivos diversos da campanha e um computador será colocado à disposição dos rondonenses para que assinem o abaixo-assinado eletrônico, que está disponível na internet, por meio do site do movimento (www.novoparana.com.br). Quem desejar já pode aderir à iniciativa. Para se cadastrar é preciso apenas ter o número da carteira de identidade (RG) ou, em caso de empresa, o número do CNPJ.
Para as 18 horas está programado um encontro, no mesmo local e todas as pessoas estão convidadas a participar, como empresários, professores, estudantes, agricultores, dentre outros.

Respeito e moralidade
O presidente da subseção da OAB de Marechal Rondon, João César Silveira Portela, comenta que o movimento “O Paraná que queremos” iniciou em Curitiba e teve origem junto à OAB Paraná. “A mobilização visa despertar a comunidade paranaense para os problemas recentes junto à Assembleia Legislativa e destacar a necessidade de mais respeito e moralidade. Espontaneamente diversas entidades aderiram a esta iniciativa e se entendeu a necessidade de estendê-la ao interior do Estado. Várias cidades estão se mobilizando neste sentido e Marechal Rondon também contará com este movimento para alertar os rondonenses da necessidade de exigirmos moralidade e respeito para com o dinheiro público”, afirma. “Queremos com a mobilização pedir uma coisa muito simples: respeito ao dinheiro público”, salienta.
De acordo com o profissional, é muito fácil apontar os erros, mas o difícil é sugerir soluções. No entanto, ele enfatiza que tanto a OAB como as demais entidades que apóiam o movimento têm sugerido como início para a resolução dos problemas, em primeiro lugar, a redução do número de servidores comissionados. “Outra situação que não pode passar despercebida é a atuação do Ministério Público do Estado do Paraná. Este trabalho não pode ficar limitado em somente investigar os servidores, mas também tem que ir em direção a quem comanda e efetivamente tem o controle do dinheiro público”, declara.

Mobilização
A presidente da Acimacar, Ana Carolina Seyboth Kurtz, diz que a entidade rondonense participará deste movimento a partir de uma sugestão da Faciap e da Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar). “Entendemos que o empresário precisa se mobilizar por esta causa, porque os reflexos na sua atribuição e na sua atividade empresarial são diretos quando não se tem o respeito ao dinheiro público”, resume.

Transparência
Já o presidente do Observatório Social de Marechal Cândido Rondon, Marcelo Becker, comenta que a instituição apóia o manifesto por fazer parte de sua atuação o esclarecimento, a visibilidade e a transparência do Poder Público. “Juntamente com a OAB e a Acimacar estamos nos engajando neste movimento para que o cidadão rondonense participe para demonstrar que não concorda com o que aconteceu na Assembleia Legislativa e busque uma clareza maior dentro do órgão público”, destaca.
O dirigente ressalta que o Observatório Social é uma entidade apolítica, tanto que para integrar o movimento não é permitido qualquer tipo de vínculo político-partidário. “O objetivo do Observatório Social, além da fiscalização de licitações, é também criar um conhecimento maior da população sobre administração pública, ou seja, é um vínculo da população com o Poder Público”, conclui.

Texto e foto: Maria Cristina Kunzler