O auditório da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Marechal Cândido Rondon (Acimacar) esteve lotado na sexta-feira (10), por ocasião do encontro para apresentação da pesquisa de diagnóstico do centro comercial do município rondonense, que integra o Programa de Desenvolvimento de Espaços Comerciais. A programação contou com a presença dos dirigentes das entidades que lideram a iniciativa, como o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac, Darci Piana, prefeito Moacir Froehlich, presidente da Acimacar, Ana Carolina Seyboth Kurtz, e presidente do Sindicomar, João Odorico de Souza. Prestigiaram ainda o evento os empresários que participam do programa e a governança, dentre outros.
O diretor da Cortex Intelligence, empresa responsável pela pesquisa e análise do diagnóstico do centro comercial do município, Thiago Canellas, fez a apresentação dos resultados. Considerando a massa salarial como indicador de crescimento econômico, pode-se concluir que a cidade vem acompanhando o crescimento do Estado. Os setores de alimentos, higiene e limpeza, vestuário e remédios representam aproximadamente 85% do consumo realizado no comércio varejista.
O resultado do levantamento mostrou o perfil dos consumidores do centro da cidade: a participação é significativa de mulheres, pessoas na faixa etária de 26 a 40 anos e com renda familiar até R$ 1 mil.
Segundo Canellas, tanto sob a ótica dos varejistas quanto dos entrevistados, a falta de banheiros e segurança foram apontados como fatores de insatisfação. “Foi sugerido por 36% dos entrevistados que há necessidade em haver investimentos na melhoria da segurança do local. A conservação das ruas e calçadas também é um fator importante para o desenvolvimento do centro”, constata.
Considerando a imagem que os entrevistados possuem do espaço comercial, o diagnóstico apontou que pode haver oportunidade para melhoria, visto que apenas 11% o consideram excelente ou muito bom. A grande maioria, 74%, tem uma percepção mediana (“bom”).

Análise da pesquisa
De acordo com a presidente da Acimacar, Ana Carolina Seyboth Kurtz, o resultado da pesquisa proporciona oportunidades de rever condutas e recriar o cenário, pois o objetivo do Programa de Desenvolvimento de Espaços Comerciais é justamente o fato de criar um contexto diferente para a área comercial do município. “Observamos que existe um alinhamento entre o crescimento do Estado e de Marechal Rondon e alinhamento de consumo (alimentos, higiene e limpeza, vestuário e remédios e cosméticos). Porém, nos segmentos de inovação, em que os clientes são diferenciados, não temos uma abertura maior. Aí temos a oportunidade de negócio”, declara.
A dirigente menciona que o resultado desqualificou alguns mitos e criou algumas interrogações. “Agora vamos aprofundar o resultado da pesquisa completa em alguns segmentos para podermos ter conclusões mais direcionadas. Vai nos dar o caminho para eventualmente buscar algum tipo de recurso subvencionado para melhorias que precisamos fazer”, declara.

Marco
Na avaliação de Ana Carolina, a partir do diagnóstico e com o Programa de Desenvolvimento de Espaços Comerciais haverá um marco de mudança e melhoria no município. “Acredito que vamos crescer bastante e as oportunidades vão acabar se refletindo em todo o centro comercial, em toda a abrangência à chegada do consumidor final. Creio que vamos conseguir, pois somos um povo tipicamente pioneiro em soluções. Confio muito que o programa será um grande projeto e que, acima de tudo, vai beneficiar o coletivo”, aponta.

Segurança
O prefeito Moacir Froehlich enalteceu o resultado da pesquisa e disse que o diagnóstico é um meio de auxiliar para nortear os trabalhos do Poder Público e da iniciativa privada para a implementação de ações.
Sobre a questão de segurança, em primeira mão o mandatário revelou que para melhorar o setor a prefeitura já está estudando a instalação de câmeras no centro da cidade.
Outro assunto levantado pelo prefeito refere-se em transformar uma rua do centro em uma espécie de shopping aberto, com horário diferenciado de atendimento, para atrair mais clientes e proporcionar uma vida noturna ao município. Moacir mostrou-se disposto a discutir com o comércio a possibilidade de imbplantar esta novidade no município.

Comprometimento
O diretor de Operações do Sebrae/PR, Julio Agostini, destacou que o Programa de Desenvolvimento de Espaços Comerciais terá duração de cerca de 2,5 anos e, por isso, precisa-se de parceiros comprometidos. “O programa mostra a evolução do Sebrae no atendimento ao comércio varejista. O projeto sai do âmbito de empresa, no que se refere ao setor gerencial, atendimento e fachada, e visa melhorar o espaço comercial onde os empreendimentos estão inseridos”, declarou.
Ele mencionou também o desempenho do Sebrae no Estado, que nos últimos anos teve um incremento muito significativo no número de atendimentos prestados, o que demonstra cada vez mais o comprometimento da entidade para com o desenvolvimento das micro e pequenas empresas.

Experiência
O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac, Darci Piana, inicialmente abordou a carga tributária do Brasil, que traz muitas dificuldades aos empresários. Na seqüência ele fez a apresentação da experiência de recuperação de espaços comerciais históricos de Curitiba e ressaltou: “Não adianta o prefeito, o sindicato, a Acimacar, enfim, terem boa vontade se os empresários não fizerem a sua parte. É preciso fazer a melhoria em todos os setores da empresa”.

Planejamento
O consultor do Sebrae/PR Regional Oeste, Osvaldo Brotto, que acompanha o programa em Marechal Rondon, comenta que a pesquisa resultou em algumas informações interessantes, como a necessidade de maior segurança no centro comercial, adequação de calçadas e acessos, dentre outros. “A pesquisa deu alguns direcionamentos que fez com que entendêssemos melhor como funciona a dinâmica da área central do comércio rondonense. Agora vamos planejar ações visando dar um dinamismo diferente ao comércio. No planejamento vamos propor ações dentro das empresas, porque elas também precisam se adequar, e ações fora para desenvolver o comércio como um todo”, conclui.

Texto e foto: Maria Cristina Kunzler